Buster é um ermitão que vive nas montanhas durante o verão e invade casas para sobreviver ao inverno. Ele também é Jonah, um pai de família cansado por trabalhar no turno noturno de um hotel. Seu encontro com o autoproclamado “último homem livre” o coloca a par da conspiração Inversão, quando tudo mudará de sentido.
O mistério surreal de 2016 foi escrito e dirigido por Sarah Adina Smith. É estrelado por Rami Malek, DJ Qualls e Kate Lyn Sheil. Teve sua estréia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 11 de setembro de 2016.
Minha interpretação
Bebendo da fonte de Matrix e Clube da Luta, me surpreendeu que essa drama surreal tenha sido escrito e dirigido por uma mulher. O motivo eu coloco em segredo caso você ainda não tenha visto o filme. O roteiro é bem aberto a interpretações e sugiro ter uma primeira impressão sem pré-concepções.
Pois bem, minha surpresa é por interpretar a proposta do filme como uma crítica ao papel do homem nas forças de manutenção do sistema. Ele, antes envolvido com drogas, foi “salvo” por uma mulher religiosa, com quem teve uma filha. Reinserido no sistema, trabalha para poder comprar um lote de terra e criar a família num local onde o traria mais autonomia. Entretanto, não há dinheiro para isso. Todos os elementos que sustentam o sistema estão lá: a personagem principal é um homem, a religião formou a família, o dinheiro e o trabalho são gatilhos para uma conspiração. Mas nada disso tem fundamento com a real natureza da personagem principal. O desejo reprimido de que os valores sociais deveriam ser invertidos leva Jonah a assassinar sua família para se libertar. Um homem liberto de seu papel social inverte os valores do sistema.
Um breve adendo, sutil a crítica proposta pelo fato dele fazer questão de ensinar espanhol para a filha.